terça-feira, 10 de março de 2009

O que a Globo publicou sobre Meio ambiente:

Órgãos do governo discutem ações contra o desmatamento
Fiscalização na Amazônia é questão central em reunião.
Ações sociais para criar alternativas também serão debatidas.
Do Globo Amazônia, em São Paulo

Órgãos do governo envolvidos no combate ao desmatamento da Amazônia reúnem-se nesta terça-feira (10) para definir suas ações durante 2009.

Participam do planejamento os ministérios do Meio Ambiente, e do Trabalho e Emprego, Exército Brasileiro, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Serviço Florestal Brasileiro, as Polícias Federal e a Rodoviária Federal. Também participam os comandos das polícias dos estados da Amazônia Legal e as secretarias estaduais de Meio Ambiente.

Segundo nota do Ibama, que sedia a reunião, o encontro deve servir para definir as ações de fiscalização e controle, dentro das diretrizes estipuladas no Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM). O plano foi elaborado e é executado por 14 ministérios e pela Casa Civil da Presidência da República.

Uma das questões a serem definidas é a localização das bases operativas da fiscalização federal, o orçamento, as prioridades e as metas das operações, considerando que houve redução no ritmo do desmatamento na região.

Segundo o Ibama devem ser discutidas também medidas sociais nos lugares que têm dependência econômica de atividades ligadas ao desmatamento, para compensar o postos de trabalho extintos pela fiscalização.


Impacto de seca na Amazônia 'supera emissões' de Europa e Japão
Estudo coordenado na Inglaterra indica que floresta é extremamente sensível ao fenômeno.

A seca de 2005 na Amazônia teve um impacto de 5 bilhões de toneladas extras de dióxido de carbônico na atmosfera terrestre, o que supera as emissões anuais de Europa e Japão, segundo estudo coordenado pela Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra, divulgado na nova edição da revista "Science".

Os cientistas afirmam que o fenômeno excepcional reverteu drasticamente o processo de absorção de carbono pela floresta, o chamado "sequestro de carbono", que vinha ocorrendo há pelo menos 25 anos e que ajudava na redução dos efeitos das mudanças climáticas.

Normalmente, a Amazônia absorve cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Mas, de acordo com o estudo, por causa da morte de árvores, a seca de 2005 fez com que essa quantidade de gás permanecesse na atmosfera e ainda levou a floresta a gerar outros 3 bilhões de toneladas.

A partir dos dados colhidos no estudo, os pesquisadores observaram que a Amazônia é "surpreendentemente sensível" à seca.

"A floresta vem ajudando a reduzir a velocidade das mudanças climáticas, mas agora vemos que confiar nesse 'subsídio' da natureza é extremamente perigoso", disse um dos coordenadores da pesquisa, Oliver Phillips, da Universidade de Leeds.

O estudo envolveu 68 cientistas de 13 países, inclusive do Brasil, que atuam na rede Rainfor, que se dedica ao monitoramento da Amazônia.

Eles aproveitaram a seca de 2005 para ter uma ideia dos efeitos que futuras mudanças climáticas poderão ter sobre a floresta.

Naquele ano, as temperaturas do Atlântico Norte permaneceram mais altas do que a média, provocando outras catástrofes naturais, como o furacão Katrina.

"Visualmente, a maior parte da floresta parecia pouco afetada pela seca, mas nossos dados mostram que a taxa de mortalidade das árvores aumentou", afirmou Phillips. "Mesmo uma pequena alteração ecológica pode provocar um grande impacto no ciclo global do carbono."

A previsão da comunidade científica é de que o aquecimento global faça subir as temperaturas do Atlântico Norte, o que por sua vez pode tornar a estação seca da Amazônia mais intensa e mais quente.

A Amazônia abriga mais da metade das florestas tropicais do mundo, e uma em cada cinco espécies do planeta.


Banco Mundial aprova US$ 1,3 bilhão para projetos ecológicos no Brasil
Conservação da Amazônia e da Mata Atlântica são foco do pacote.
Empréstimo é o primeiro de um programa de meio ambiente do Bird.

O Banco Mundial (Bird) anunciou nesta quinta-feira (5) a aprovação de um empréstimo de US$ 1,3 bilhão para projetos ecológicos no Brasil, dentro de um pacote voltado para a luta contra a deterioração da floresta amazônica e em defesa da energia renovável.

"O programa apóia o compromisso do Brasil para melhorar seus resultados ecológicos e de combate à pobreza, ao mesmo tempo em que implementa um modelo de competitividade e crescimento acelerados", indica o comunicado do Bird.

O empréstimo "apoiará o gerenciamento sustentável das terras agrícolas, das florestas e dos recursos hídricos, reduzirá o desmatamento no Amazonas, a degradação da terra, da água e de outros recursos essenciais para o bem-estar dos pobres, além de promover fontes renováveis de energia", explica o texto.
Outro objetivo do projeto é proteger os cerca de 95.000 km² que restam da Mata Atlântica, o que corresponde a 7,3% da área original deste ecossistema.

"O novo programa se apoia no bom trabalho que tem sido realizado pelo Brasil. É um complexo esforço de múltiplos atores do governo, e todos os ministérios devem ser parabenizados por isso", elogia Mark Lundell, chefe do projeto do Bird, citado no comunicado.

O empréstimo é a primeira operação dentro de um programa de desenvolvimento sustentável e meio ambiente do Bird.

Os primeiros US$ 800 milhões serão desembolsados imediatamente, e os US$ 500 milhões restantes serão liberados conforme a conclusão das metas estabelecidas pelo programa, de acordo com o governo brasileiro.



O que a Folha publicou sobre meio ambiente:

08/02/2009 - 20h38
Caos climático tende a piorar no futuro
CLAUDIO ANGELO
editor de Ciência da Folha de S.Paulo

A nevasca sem paralelo nos últimos 18 anos que mergulhou o Reino Unido no caos na última semana tem a mesma origem das chuvas que causaram a tragédia em Santa Catarina e da onda de calor que sufoca os australianos. E, embora não seja possível pôr a culpa no aquecimento global, instabilidades desse tipo tendem a ficar mais frequentes no futuro.

Previsto para ser um dos cinco anos mais quentes já registrados, 2009 começou gelado para os europeus e boa parte dos norte-americanos.

"O frio foi excepcional. Temperaturas negativas por vários dias seguidos são incomuns em Paris", disse o músico brasileiro Guilherme Carvalho, que mora há oito anos na capital francesa. "No canal de La Villette, vi uma placa: "Perigo -não ande no gelo", coisa que nunca tinha visto antes."

"Estamos há uma semana sem energia aqui e com temperaturas abaixo de zero. Há muita gente desabrigada", escreveu de Louisville (Kentucky, EUA) o linguista Daniel Everett. O Estado registrou 27 mortes pela nevasca e foi decretado área de calamidade pública pelo presidente Barack Obama.

O frio levou comentaristas da direita americana ao inevitável questionamento do aquecimento global. Afinal, se o mundo está esquentando, por que o inverno setentrional de 2009 chegou dessa forma?

Nada com o que se espantar, dizem os meteorologistas. Na média, 2009 ainda deve ser quente. "O ano ainda não acabou", diz José Marengo, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Segundo Pedro Leite da Silva Dias, diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica, os extremos do final de 2008 e do começo deste ano podem ser explicados por duas causas imediatas.

A primeira é o fenômeno La Niña, nome dado ao resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico. Como sua cara-metade, o El Niño, (o aquecimento anormal do Pacífico), o La Niña é sazonal e, quando se instala, é uma das forças dominantes nas condições climáticas do planeta. Há um La Niña instalado desde 2008, e ele não deve sumir antes de abril.

Pedra na água

A outra causa são chuvas intensas sobre a região da Indonésia desde o fim de 2008. "Onde chove, ocorre liberação de muita energia para a atmosfera, como se fosse jogada uma pedra na água", afirma Dias. "A energia é propagada na atmosfera, como ondas na água, e forma padrões de ondas que atingem zonas remotas."

Parte dessas ondas se propaga pelo hemisfério Norte, da América para a Europa. Parte se dissemina pelo hemisfério Sul. "Portanto, as anomalias na Austrália e as anomalias na América do Sul, como as chuvas de novembro em Santa Catarina e depois em Minas, Rio e Espírito Santo, estão todas correlacionadas", afirma o cientista.

A relação disso tudo com o aquecimento global é mais sutil. Segundo Michel Jarraud, da Organização Meteorológica Mundial, as pessoas tendem a confundir tempo (condições específicas da atmosfera num dado momento) e clima (condições gerais, no longo prazo).

"Todo ano você tem padrões excepcionais de tempo e lugares onde recordes são quebrados", disse Jarraud numa entrevista coletiva no fim do ano passado. "Se você tem ar mais frio em algum lugar, você tem de ter ar mais quente em algum outro lugar. A temperatura média da Terra é a mesma."

O aquecimento global não significa que não haverá mais invernos frios, mas sim que eles serão menos frequentes. "Não é algo que você espera que seja mais quente e mais quente", afirma Marengo, do Inpe. O que existe é uma elevação contínua da temperatura média.

Marengo lembra ainda que o aquecimento global é composto por dois tipos de influência, ou "sinal": as antropogênicas, ou seja, causadas por atividades humanas, e as naturais. Há um cabo-de-guerra entre ambas.

"Nos dois últimos anos, tivemos temperaturas mais baixas do que no final do século 20. Pode ser que a variabilidade normal do clima esteja mais forte que o sinal antropogênico agora, mas no longo prazo o sinal dos gases-estufa é mais forte", diz o climatologista.

09/03/2009 - 16h25
Falta de acesso à água potável mata 1,6 milhão por ano, diz ONU

da Efe, em Genebra

A falta de acesso à água potável e a um saneamento adequado causa 1,6 milhão de mortes ao ano, a maioria delas entre crianças com menos de cinco anos, afirmou um relatório apresentado hoje no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A autora do estudo, a especialista da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina de Albuquerque, ressaltou que "o acesso a melhores serviços de saneamento segue sendo uma promessa descumprida para quase 40% da população mundial'.

Para exemplificar isso, ressaltou que 23% da população mundial defeca ao ar livre, uma prática que "põe em perigo a saúde de toda a comunidade, porque aumenta as (incidências de) doenças diarreicas, incluindo o cólera, assim como infecções por vermes e hepatite".

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) contidos no relatório indicam que o 'acesso a um melhor saneamento diminuiria em 32% as doenças diarreicas'.

Melhorar essa situação ajudaria ainda a eliminar as situações nas quais as meninas são proibidas de ir à escola por falta de serviços higiênicos destinado para mulheres.

Além disso, resolver o problema teria um impacto econômico positivo em regiões muito pobres do mundo.

Isso aconteceria porque, por exemplo, "o custo do tratamento das doenças diarreicas representa 12% dos orçamentos nacionais em questão de saúde na África Subsaariana", explicou a especialista.

"No total, as possíveis vantagens econômicas de investir em água e saneamento poderiam chegar a US$ 38 bilhões ao ano" em nível mundial, afirmou.

06/03/2009 - 10h01
Líderes da UE e Obama debaterão crise e mudança climática em cúpula

da Efe, em Bruxelas

A cúpula que reunirá os líderes da União Europeia (UE) e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em 5 de abril em Praga terá como temas principais a crise financeira, questões de segurança, energia e mudança climática.

A Presidência da União Europeia, desempenhada neste semestre pela República Tcheca, informou que "os máximos representantes" dos 27 países-membros da UE foram convidados ao evento.

A reunião será realizada imediatamente depois da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que englobe os países mais ricos e principais emergentes), prevista para 2 de abril em Londres.

Além disso, o encontro ocorrerá após a reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que será realizada em Estrasburgo, França, e Kehl, Alemanha, em 4 de abril.

De acordo com um comunicado, a reunião de Praga servirá para abordar "questões relacionadas com a arquitetura financeira global e as consequências da crise, assim como a segurança transatlântica e a cooperação militar".

O encontro também deve gerar "um debate sobre outros assuntos de política externa e de energia e clima", esta última questão visando à conferência da ONU sobre mudança climática em Copenhague no final do ano.

No dia 4, o presidente da UE, o tcheco Mirek Topolánek, se reunirá pela primeira vez com o líder americano, conclui a nota.


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