
Agenda 21
por Michelle Milhomem, assessora técnica do Programa Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente, e Daisy Cordeiro, pedagoga e consultora do Programa
Saiba como a escola pode discutir a sustentabilidade do planeta, um projeto que atinge mais de 4 mil instituições de ensino
A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo no qual o governo e a sociedade definem e pactuam um plano de ação para o desenvolvimento sustentável, além de propor uma reflexão sobre as condições de vida do planeta. Tal reflexão tem sido feita em vários segmentos da sociedade e pode estender-se às escolas: a Agenda 21 Local pode ser feita a partir da Agenda 21 na Escola.
A Agenda 21 na Escola incentiva e soma esforços com o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais e Mestres, o Conselho da Escola, a comunidade escolar, além de outras organizações, para discutir e realizar ações de proteção do meio ambiente e da promoção de ações que venham contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a construção de sociedades sustentáveis.
É, portanto, um processo que, assim como a Educação Ambiental, deve ser inserido de forma transversal em todas as disciplinas da escola e nos projetos que envolvam a comunidade. Na prática, um grupo de professores e alunos interessados pode começar a construir a Agenda 21 na Escola.
O primeiro passo é a criação de uma comissão para mobilizar, desenvolver ações, acompanhar as atividades de Educação Ambiental e incentivar a construção da Agenda 21 na Escola. Mais de 4 mil escolas no País criaram Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida), que são espaços de debates onde se definem as responsabilidades que a escola vai assumir, para contribuir com a sustentabilidade da comunidade local e construir a sua Agenda 21.
Dessa forma, a Agenda 21 é um importante instrumento para ampliar as ações da Com-Vida, pois possibilita o diálogo da escola com a comunidade da rua, do bairro, do município e nos faz perceber que comunidades sustentáveis só acontecem por meio de parcerias.
Os problemas vividos pela escola são muitas vezes mais amplos que o espaço físico e social, são da comunidade. A escola tem uma série de limitações para desenvolver os projetos que ela cria e encontra novas forças quando interage com outros parceiros, como, por exemplo, a Agenda 21 Local, ou com a rede de Com-Vida.
A parceria proposta leva a um esforço coletivo que definirá ações em conjunto, que implicam identificação das aspirações das famílias, comunidades e do poder público, possibilitando o exercício da cidadania ativa, a articulação dos objetivos e metas traçadas, com o propósito de tornar real e cotidiana a busca para a melhoria da qualidade de vida.
Nesse sentido, experiências podem ser encontradas nos municípios de Salvador (BA), Rondon do Pará e Santarém (PA), João Pessoa (PB), Petrópolis, Rio de Janeiro e Volta Redonda (RJ), Caraguatatuba, Ilhabela, Pilar do Sul, São Paulo, São Sebastião e Ubatuba (SP), onde as Agendas 21 na Escola estão sendo construídas dentro de um processo participativo, dialogando com os Fóruns das Agendas 21 Locais.
Para contribuir com a ação, oficinas de formação de professores e alunos estão sendo realizadas com o objetivo de difundir os conceitos da Agenda 21 e os princípios da Carta da Terra, visando refletir sobre a importância da participação de todos na construção da Agenda 21 Local e nas Escolas.
Para entender melhor os problemas das escolas e definições de ações prioritárias, foram criados grupos de trabalho permanentes, compostos de professores nos Fóruns da Agenda 21 Local. Isso tem permitido a participação ativa dos professores e alunos como elementos estratégicos nos processos de Agenda 21.
Eis uma matéria que poderíamos discutir em sala. Na minha opinião, as mudanças devem ocorrer com ampla participação do coletivo. Propostas como essas, de unir as pessoas para debater é de fundamental importância.
ResponderExcluirMas não podemos ficar presos nos paradigmas até então propostos. A mensagem de construção de um novo mundo não pode ser imposto de cima para baixo, conforme muitas agências internacionais pregam, a relação para com o meio ambiente que melhor dialogue com seus interesses.
Ainda acredito no papel do educador tentar construir junto as suas esferas de relação, verdadeiras mudanças de acordo com as cndições locais e culturais.
Pois é, muito interessante seu comentário. É fundamental que haja essa construção na escola, mas as dificuldades são muitas, realmente seria muito importante que fosse discutido com o grupo, para trocarmos idéias, informações e experiências!
ResponderExcluirAcredito que esse tem sido o principal problema, de maneira geral, das escolas: o afastamento de suas atividades para com as parcelas da sociedade que não sejam os alunos.
ResponderExcluirÉ claro que alguém pode dizer "mas minha escola sempre faz reuniões de pais e mestres", o que seria verdade. Mas que propósitos tais encontros estão tendo de fato?
Eu adoro quando escuto historinhas sobre o tempo em que muitas coisas aconteciam nas escolas, um constante diálogo entre a vizinhaça, professores e estudantes.
Mas hoje, só estes momentos não bastam. Qualquer atividade, como temos estudado, tem que vir com reflexões críticas, holisticamente e coletivamente construídas.
Eu acho que a discussão deve abranger toda a dimensão do que é sustentabilidade. Conhecer as possibilidades e limites diante das sigularidades que enfrentamos no dia a dia da escola.
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